terça-feira, 3 de setembro de 2013

Em busca do Baté! (Parte II) 03/09/2013


Muito crente nas tradições culturais de seu povo, Luis tratou de acender alguns archotes feitos com seiva de seringueira, dedicando aos seres que protegem a natureza. Ao Curupira, para não lhe atrapalhar os caminhos, criando descaminhos. E à Iara, para que lhe conduzisse até onde poderia encontrar a água do Rio Baté. Dedicou alguns minutos, pedindo a todos os outros seres da mata e da natureza, que lhe abrissem os caminhos. Afinal, quanto mais ajuda, melhor. 

Juntou suas tralhas, que nem era muita, um tapete de palha seca para dormir, seu fiel amigo, o facão. Também, sete metros de corda, feita de sisal. E algo que poderia lhe servir a diversos propósitos, a rede de pesca, além de suas inseparáveis companheiras, a machadinha que herdara de seu pai e a faca de fumo. Juntou também o restante do fumo de corda, para enrolar, acender e afastar os maus agouros, não abria mão de seu cigarrinho de palha. Para comer, sabia que poderia contar com a natureza, mesmo assim, levou quatro peixes e as lascas de carne de sua última presa, um jovem javali, tudo seco ao Sol. 

Havia ainda uma cabaça com água ardente, afinal, precisaria de coragem e ali havia alguma. Colocou os apetrechos num saco de couro, amarrou e deixou perto da porta, sentia-se pronto para sua jornada. E estava realmente decidido, sairia bem cedo, assim que o Sol iluminasse as palhas do teto de sua morada. A noite quente, pouco refrescou com a brisa, por mais que soprasse, era o resultado da falta da água do rio. Já acostumado, Luis dormiu o sono dos justos, ganhando energia para a caminhada do dia seguinte...

Parte I  Parte III

Texto e criação do autor J.C.Hesse, ao utilizar este texto, por favor, não se esqueça de mencionar, autoria e fonte.

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